A vice-secretária-geral das Nações Unidas (ONU), Amina Mohammed, chegou esta terça-feira a Cabul acompanhada de outros altos funcionários da organização para abordar a situação das mulheres no Afeganistão.
Amina Mohammed chefia uma delegação em que também viaja a diretora-executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, entre outras, e que nos últimos dias tem feito um circuito por vários países para tentar promover os direitos das mulheres e meninas, limitados radicalmente pelos talibã desde que o regime tomou o controlo do país em 2021.
“A delegação de alto nível chegou hoje a Cabul para continuar o seu trabalho”, disse o porta-voz da ONU Farhan Haq, recusando-se a dar detalhes sobre as reuniões planeadas por razões de segurança.
Não se sabe se a vice-secretária-geral se reunirá em nível oficial com representantes do Governo afegão, um executivo que reivindica o seu lugar nas Nações Unidas, mas até agora não foi reconhecido pela organização.
Antes de chegar à capital afegã, a comitiva da ONU visitou várias capitais da região e do Golfo Pérsico para se reunir com diplomatas de vários países e com representantes de entidades como a Organização para a Cooperação Islâmica e o Banco Islâmico de Desenvolvimento.
Segundo Farhan Haq, nessas reuniões houve um “consenso claro” sobre a necessidade de garantir o direito ao trabalho e ao estudo das mulheres e meninas afegãs e sobre a importância de os países islâmicos liderarem esforços nesse sentido.
Além disso, Amina Mohammed e a restante delegação reuniu-se em Ancara com um grupo de mulheres afegãs que lhes explicaram o impacto que as medidas dos talibã estão a ter na sociedade.
Apesar das suas promessas, os talibãs têm endurecido progressivamente a sua política em relação às mulheres, impondo cada vez mais restrições que incluem, entre muitas outras coisas, limitações ao trabalho e proibição de acesso ao ensino secundário e superior.
Além disso, no mês passado, as autoridades afegãs proibiram as mulheres de trabalhar em organizações não-governamentais (ONG) que operam no país, sob o pretexto de que muitos das funcionárias não usavam um lenço na cabeça.
A decisão levou várias ONG a suspender OS seus programas no Afeganistão, enquanto a ONU alertou que, se não houver mudanças nos regulamentos, elas serão forçadas a interromper muitas dAS suas atividades no país.
Questionado sobre isso, o porta-voz da ONU confirmou hoje que esse ponto está entre as questões que Mohammed planeia abordar durante a sua viagem a Cabul.
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