Realizou-se na madrugada desta segunda-feira a 95.ª cerimónia dos Óscares, no Dolby Theatre, em Los Angeles. Foi a primeira a ter uma produção portuguesa no lote de nomeados, ‘Ice Merchants’, de João Gonzalez, que não conseguiu levar para casa a estatueta na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação.
A edição de 2023, previsivelmente menos turbulenta que a do ano transato, teve a apresentação de Jimmy Kimmel, que, logo no seu monólogo inicial, tirou do caminho “o elefante na sala”, isto é, o fantasma da bofetada de Will Smith a Chris Rock, que marcou a gala do ano passado. Entre outras farpas, o comediante referiu que “se alguém cometer um ato de violência, irá receber o Óscar de Melhor Ator e ter a possibilidade de fazer um discurso de 19 minutos”.
O evento ficou, acima de tudo, marcada pelo domínio de ‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’, de forte influência asiática, que arrecadou sete Óscares, incluindo Melhor Filme, confirmando o favoritismo que levava à partida. A longa-metragem de Daniel Kwan e Daniel Scheinert – que foram premiados com a estatueta de Melhor Realização, tornando-se no terceiro par a sê-lo – foi muito elogiada pelos espetadores e pela crítica pela sua originalidade e pelas suas interpretações, que tiveram também elas o reconhecimento da Academia.
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‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’ venceu sete dos galardões atribuídos na gala deste domingo, incluindo Melhor Filme.
Foto: Getty Images
Michelle Yeoh foi galardoada com o prémio de Melhor Atriz, batendo Cate Blanchett, apontada por muitos como a grande candidata ao prémio, e fez história ao tornar-se na primeira mulher asiática a receber o galardão. “Nunca vos deixem dizer que o vosso melhor já passou”, afirmou a malaia de 60 anos, no seu discurso vitorioso.
Pelo mesmo filme, Ke Huy Quan, afastado de Hollywood durante 40 anos depois de ter sido uma estrela na juventude em ‘Indiana Jones e o Templo Perdido’, emocionou-se ao receber o prémio de Melhor Ator Secundário. “Dizem que histórias como estas só acontecem nos filmes. Não acredito que isto me está a acontecer. Isto é o sonho americano!”, exclamou no palco do Dolby Theatre, ao qual subiria outra vez aquando da entrega do prémio de Melhor Filme, que foi, por coincidência, apresentado pelo seu antigo colega, Harrison Ford.
Naquele que foi outro regresso triunfante, Brandon Fraser conquistou a Academia com a sua interpretação no filme ‘A Baleia’, vencendo a estatueta de Melhor Ator. O ator que voltou recentemente ao estrelato de Hollywood após vários anos na sombra, emocionou-se durante o seu discurso e coroou o percurso de volta ao topo com este Óscar, poucos meses depois da ovação que recebeu no Festival de Veneza.
Ainda que as plataformas de ‘streaming’ não tenham tido a mesma preponderância da edição transata, na qual ‘CODA’, da Apple TV+, ganhou o prémio de Melhor Filme, o outro grande vencedor da noite foi ‘A Oeste Nada de Novo’. A produção alemã da Netflix conquistou quatro galardões nas categorias de Melhor Filme Internacional, Melhor Banda Sonora Original, Melhor Design de Produção e Melhor Fotografia.
Sem Tom Cruise e James Cameron entre os espetadores, os grandes ‘blockbusters’ do ano ficaram-se por um prémio cada: ‘Top Gun: Maverick’ venceu Melhor Som, enquanto ‘Avatar: O Caminho da Água’ somente conseguiu o troféu que premeia os melhores efeitos especiais.
Quem não faltou à chamada foi Rihanna, que voltou a atuar num grande evento depois de ter estado no espetáculo de intervalo do Super Bowl, onde revelou estar grávida do seu segundo filho. A cantora estava nomeada para Melhor Tema Original, com ‘Lift Me Up’, mas o prémio desta categoria acabou por ir parar ao indiano M. M. Keeravani.
Após o pedido do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, para discursar na cerimónia ter sido novamente recusado neste ano, a crítica da Academia a Vladimir Putin surgiu através do Óscar atribuído a ‘Navalny’ para Melhor Documentário, numa altura em que Alexey Navalny, o mais célebre opositor interno atual do presidente russo, se encontra em confinamento solitário.
E se não bastasse a emoção dos premiados, a carga sentimental voltou a estar representada na gala através das lágrimas de John Travolta ao apresentar a tradicional ‘In Memoriam’, que homenageou a sua amiga de longa data e companheira de ‘Grease’, Olivia Newton-John, tal como Ray Liotta, Angela Lansbury, James Caan, Jean-Luc Godard, entre outras figuras de Hollywood que faleceram no último ano.
Finalmente, uma menção honrosa para outro dos momentos marcantes da cerimónia, que ocorreu na entrega do Óscar de Melhor Curta-Metragem. Os presentes no Dolby Theatre cantaram os parabéns a James Martin, ator irlandês com síndrome de Down e protagonista do filme vencedor, ‘An Irish Goodbye’, que festejou o seu 31.º aniversário.
Confira em baixo os vencedores das principais categorias:
Melhor Filme – ‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’
Melhor Realização – Daniel Kwan e Daniel Scheinert, por ‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’
Melhor Ator – Brendan Fraser, por ‘A Baleia’
Melhor Atriz – Michelle Yeoh, por ‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’
Melhor Ator Secundário – Ke Huy Quan, por ‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’
Melhor Atriz Secundária – Jamie Lee Curtis, por ‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’
Melhor Argumento Original – ‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’
Melhor Argumento Adaptado – ‘A Voz das Mulheres’
Melhor Filme de Animação – ‘Pinóquio de Guillermo del Toro’
Melhor Filme Internacional – ‘A Oeste Nada de Novo’ (Alemanha)
Melhor Documentário – ‘Navalny’
Melhor Curta-Metragem de Animação – ‘The Boy, the Mole, the Fox and the Horse’
Melhor Canção Original – ‘Naatu Naatu’, interpretado por M. M. Keeravani, para o filme ‘RRR’
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