A consulta pública do programa Mais Habitação, a decorrer desde 20 de fevereiro, recebeu até ao momento “mais de dois mil contributos”, de associações representativas de vários setores, entidades institucionais e cidadãos a título particular, informou o Governo.
“As sugestões e pareceres que têm chegado ao Governo são provenientes de associações representativas de vários sectores, entidades institucionais, mas sobretudo de muitos cidadãos a título particular, dando assim um sinal de que a sociedade civil no seu todo reconhece a importância destas medidas”, indica o Ministério da Habitação, numa resposta a um pedido da Lusa sobre o fim do primeiro período de consulta pública, concluído na segunda-feira.
No dia 16 de fevereiro, o Governo aprovou em Conselho de Ministros um pacote de medidas relacionadas com o setor da habitação e no dia 20 colocou em consulta pública apenas um ‘PDF’ explicativo.
O articulado detalhado das medidas foi disponibilizado apenas em 03 de março, tendo depois o executivo decidido prolongar a consulta pública por mais três dias, de 10 para 13 de março.
No entanto, na quinta-feira, o Governo anunciou o adiamento da aprovação de parte dos diplomas, prolongando o seu período de consulta pública, a pedido da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Assim, foi prolongada a consulta pública de três propostas de lei até 24 de março, para serem aprovadas no Conselho de Ministros de dia 30, seguindo depois para a Assembleia da República.
Estes diplomas dizem respeito ao regime de arrendamento para subarrendamento, ao apoio à promoção de habitação a custos controlados para arrendamento acessível, ao incentivo à transferência de fogos em alojamento local para o arrendamento habitacional, à fixação do valor das rendas nos novos contratos de arrendamento, à proteção dos inquilinos com contratos de arrendamento anteriores a 1990, à criação de uma contribuição extraordinária sobre o alojamento local, ao fim dos vistos gold (autorizações de residência para atividade de investimento) e a várias alterações fiscais e de impostos.
As propostas dizem ainda respeito à criação de um balcão que agregue os Serviços de Injunção em Matéria de Arrendamento (SIMA) e o Balcão Nacional do Arrendamento (BNA), de forma a simplificar procedimentos e a harmonizar o funcionamento destes mecanismos, e à simplificação e agilização dos licenciamentos das operações de loteamento e das operações urbanísticas.
Os restantes diplomas — dois decretos-lei referentes aos apoios ao crédito à habitação e às rendas – terminaram a sua consulta pública esta segunda-feira, como já estava previsto, sendo aprovados no Conselho de Ministros na quinta-feira, “para que cheguem às famílias o mais rapidamente possível”, segundo a tutela.
O pacote de medidas proposto pelo Governo tem um custo estimado em 900 milhões de euros e propõe responder à crise da habitação com cinco eixos: aumentar a oferta de imóveis utilizados para fins de habitação, simplificar os processos de licenciamento, aumentar o número de casas no mercado de arrendamento, combater a especulação e proteger as famílias.
Entre as medidas anunciadas estão, entre outras, apoios diretos às rendas, a suspensão de novas licenças para alojamento local e a reavaliação das já existentes, o arrendamento forçado de casas devolutas em condições de serem habitadas e as obras coercivas em casas devolutas, o fim dos vistos gold e a simplificação dos licenciamentos.
Tambem e noticia
DJ e produtor português Holly novamente no cartaz do festival Coachella
Papa Francisco deu entrada no hospital para realizar exames médicos
Duas centenas de pessoas exigem médico de família para Sepins, em Cantanhede