Kyiv cria departamento de prevenção da corrupção nas Forças Armadas

O Governo “está a reiniciar e fortalecer a unidade anticorrupção do Ministério da Defesa da Ucrânia”, afirmou o diretor interino do novo Departamento de Prevenção da Corrupção, Serhiy Stepanian.

“Tomou-se uma decisão para garantir transparência nos fornecimentos”, referiu ainda, numa mensagem divulgada pelo Ministério da Defesa da Ucrânia na rede Telegram.

Na mensagem, o diretor do novo departamento pede a todos, incluindo a “militares, empresários, jornalistas, especialistas e ativistas”, que “forneçam informações caso se apercebam de indícios de corrupção no setor da Defesa”.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou, no final de janeiro, uma série de demissões de vários altos funcionários após surgirem vários escândalos, nomeadamente um sobre encomendas no valor de cerca de 350 milhões de euros a fornecedores de alimentos para as tropas ucranianas.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, as despesas de Defesa de Kyiv estão a ser asseguradas sobretudo com as contribuições dos aliados ocidentais da Ucrânia.

Embora tenha rejeitado, na altura, qualquer corrupção, o ministério admitiu ter havido alguns erros, que prometeu investigar.

Antes do conflito, o país era considerado um dos mais corruptos da Europa e repetidamente instado a acelerar as reformas necessárias para combater este flagelo.

No início deste mês, o primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, indicou que Kyiv já cumpriu as condições impostas por Bruxelas para receber o estatuto de país candidato à União Europeia, com a nomeação do novo diretor do Conselho Nacional Anticorrupção, Semion Krivonos.

A Comissão Europeia impôs à Ucrânia, em junho de 2022, uma série de condições anticorrupção para ser elegível ao estatuto de país candidato, dadas as dúvidas que o passado de casos de corrupção em Kyiv semeia em Bruxelas.

Em 2021, a Ucrânia ocupava o 122.º lugar num total de 180 países da lista da organização para a Transparência Internacional.

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