O almirante Gouveia e Melo disse, esta quinta-feira, que não pode esquecer o “ato de insubordinação” no NRP Mondego porque teve uma “gravidade muito grande”.
No dia 11 de março, quatro sargentos e nove praças não embarcaram no NRP Mondego para uma missão de acompanhamento de um navio russo, por consideraram que não existiam condições de segurança para a efetuar.
“Este ato vai ficar registado na nossa História porque um ato de insubordinação nas Forças Armadas é um ato de uma gravidade muito grande e nós não podemos ignorar. A disciplina nas Forças Armadas é a essência das Forças Armadas. A hierarquia existe porque há necessidade de uma disciplina, não o contrário”, afirmou, em declarações aos jornalistas. “Quando quebramos a disciplina, estamos a quebrar a essência das Forças Armadas. Nós, militares, não podemos permitir isso, muito menos eu. Não posso esconder debaixo do tapete um ato deste, por isso não posso esquecer”.
“Não vejo que interesses terão servido este ato. Do país não serviu, da Marinha não serviu e destes homens, que também serão vítimas do seu próprio ato, também não serviu certamente”, acrescentou.
Os militares que não embarcaram no NPR Mondego serão todos substituídos ainda esta quinta-feira, adiantou o chefe do Estado-Maior da Armada.
Questionado sobre a necessidade de investir mais na Marinha, Gouveia e Melo disse que não foi “eleito para decidir isso”. “O que eu tenho de achar é o que eu preciso ou não e informar o respetivo Governo. O Governo atribuí-me o que acha que deve atribuir, porque o país tem muitas necessidades, não são só as Forças Armadas. Com o que o país me atribuiu, começa o meu dever de otimizar todos esses recursos para cumprir a missão da Marinha e para permitir que Portugal use o mar”.
Sobre a pressão que faz no Governo sobre as necessidades da Marinha, Gouveia e Melo disse que o faz “no silêncio dos gabinetes”. “Esse tipo de conversas não são coisas para andar a discutir em público porque as Forças Armadas são um assunto bastante sério. Nós não estamos a falar de um assunto só interno porque tem implicações para fora do país, para a perceção da segurança do país e para capacidade que o país tem de participar em alianças”.
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