“Como vizinha de ambos os países, a China notou as recentes interações entre o Japão e a Coreia do Sul e a mudança nas suas relações”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin, em conferência de imprensa.
Wang reagiu assim à cimeira realizada hoje, em Tóquio, a primeira do género em doze anos, entre os líderes do Japão e da Coreia do Sul, Fumio Kishida e Yoon Suk-yeol.
O porta-voz considerou que as agressões e a abordagem colonial do militarismo japonês causaram “grandes desastres” aos países asiáticos, incluindo a Coreia do Sul.
“As experiências passadas, não sendo esquecidas, servem de guia para o futuro”, afirmou Wang, observando que a China pediu sempre ao Japão para refletir sobre o seu passado agressor, lidar com questões históricas de forma honesta e responsável e desenvolver as relações com os seus vizinhos asiáticos nessa mesma base.
O porta-voz chinês enfatizou que os três países são importantes parceiros económicos e comerciais e que, por isso, é do interesse comum de todos manter a estabilidade nas cadeias produtivas e de abastecimento, a nível regional e global.
O passado tem pesado no relacionamento entre Coreia do Sul e Japão, marcado pela colonização japonesa da península coreana (1910-1945) e, em particular, a questão das “mulheres de conforto” coreanas – as escravas sexuais dos soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
A eleição de Yoon e as crescentes preocupações com as repetidas provocações da Coreia do Norte e as ambições regionais da China suscitaram esperanças de um desanuviamento entre as duas democracias vizinhas.
Os Estados Unidos fortaleceram já a aliança com Japão, Índia e Austrália, e esperam incluir a Coreia do Sul naquela parceria, designada QUAD, visando conter as ambições da China no Indo-Pacífico.
Os dois líderes também concordaram em retomar as negociações de segurança tripartidas com Pequim a nível vice-ministerial, que foram suspensas “depois de um longo período de espera”, disse Kishida.
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