A globalização, sobretudo através da entrada da República Popular da China (RPC), na Organização Mundial do Comércio, em 2001, teve o seu apogeu nas últimas duas décadas. Porém, devido à rivalidade (expectável entre os Estados Unidos da América e a RPC), o processo de desglobalização está em marcha acelerada.
E apesar de o Fundo Monetário Internacional alertar que todas as nações perdem neste processo, a RPC sofrerá os maiores impactos. Por um lado, e decorrente da invasão da Federação Russa à Ucrânia, os investimentos em capital, recursos humanos e tecnológicos, de grandes corporações estão a deslocalizar-se para a Índia, com receio da posição cada vez mais belicista do regime comunista. Por outro, a dependência da China de exportações, e de mercados com valor acrescentado superior ao seu, faz com que haja uma constante desvalorização do yuan, o que mina o fortalecimento salarial e o poder de compra interno. Acresce a este facto que a RPC é deficitária em energia e bens alimentares, ou seja, está altamente dependente do estrangeiro para manter as luzes acesas e para alimentar o seu povo.
Em paralelo a iniciativa “Belt and Road”, não tem surtido os efeitos desejados porque os países devedores de crédito chinês começam a incumprir pagamentos. Se adicionarmos a crise habitacional, populacional, social e ecológica, que Xi Jinping tem dificuldade em resolver, os dados para uma instabilidade interna do regime comunista estão lançados.
De modo a contrariar tais factos o regime tenta projectar-se como opção de substituição no sistema económico e monetário, junto com os restantes países dos BRICS, com a possível criação de uma moeda alternativa ao dólar, e como gestor de conflitos internacionais. Porém, não só os BRICS têm rivalidades insanáveis, como a RPC não possui a capacidade militar para operar em conflitos armados de longa duração sobretudo se decorrerem fora da sua zona costeira.
Fiquemos atentos pois a anunciada ascensão da China pode ser a sua efectiva queda.
Texto: Francisco Guerreiro
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