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Líderes da Jamaica e Belize confirmam intenção de se tornarem repúblicas

“Chegou o momento. A Jamaica nas mãos dos jamaicanos”, afirmou a ministra jamaicana dos Assuntos Constitucionais, Marlene Malahoo Forte, na televisão Sky News.

A ministra afirmou que Kingston está a considerar a possibilidade de realizar um referendo sobre a questão já no próximo ano.

“Muitos jamaicanos tinham uma grande afeição pela Rainha Isabel II”, disse Malahoo Forte, recordando que a monarca já estava no trono quando a Jamaica se tornou independente em 1962.

Porém, acrescentou que eles “não se identificam com o Rei Carlos”.

Referindo-se à relação “complexa” entre os dois países, Malahoo Forte explicou que tornar-se uma república era “dizer adeus a uma forma de governo que está ligada a uma história dolorosa de colonização e comércio de escravos”.

Durante uma viagem do Príncipe William às Caraíbas, no início de 2022, o primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, já tinha considerado “inevitável” a transição do seu país para um sistema republicano.

A digressão de William e da esposa, Kate, foi marcada por protestos, com apelos ao casal para pedir desculpa pelo passado do Reino Unido relacionado com a escravatura.

Numa entrevista ao jornal The Guardian, o primeiro-ministro do Belize, Johnny Briceño, disse que era “altamente provável” que o seu país fosse o próximo a tornar-se numa república, criticando a atitude de Londres em relação ao passado relacionado com a escravatura.

O governo do Belize aprovou no ano passado uma lei que prevê a criação de uma comissão constitucional para estudar várias opções de reforma, incluindo a transformação do país numa república, até ao próximo ano.

É também a memória da escravatura que o primeiro-ministro do Belize destaca, criticando fortemente a recusa do homólogo britânico, Rishi Sunak, em pedir desculpa pelo papel do Reino Unido.

“Penso que ele tem a responsabilidade moral de poder, pelo menos, apresentar um pedido de desculpas”, afirmou, argumentando que “deveria ter uma melhor sensibilidade (para a questão) devido à sua genealogia”.

A família real nunca se desculpou formalmente, tendo Carlos limitado a chamar a escravatura de “terrível atrocidade”, enquanto William expressou “profunda tristeza”.

Questionado na semana passada no Parlamento, Rishi Sunak, de origem indiana, disse que não iria pedir desculpa em nome do Reino Unido.

“Penso que nos devemos concentrar, naturalmente, em compreender a nossa história em todas as suas vertentes e não nos afastarmos dela, mas assegurarmo-nos de que temos hoje uma sociedade inclusiva e tolerante para pessoas de todas as origens”, afirmou Rishi Sunak.

As tendências republicanas estão a crescer em alguns reinos da Commonwealth, alguns dos quais querem seguir o exemplo de Barbados, que se tornou uma república em 2021.

Após a morte da rainha Isabel II, o primeiro-ministro de Antígua e Barbuda também anunciou a sua intenção de realizar um referendo sobre o assunto “nos próximos três anos”. 

Leia Também: Jamaica chega a acordo para a sua transformação em Estado republicano

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