Premiado ensino de Medicina Humanitária em Portugal

Unidade curricular da Universidade do Minho conquistou prémio europeu de excelência académica.

Saber como agir em caso de catástrofe ou entender a dinâmica entre a pobreza e o acesso à saúde. O ensino da Medicina está cada vez mais comprometido com as aprendizagens humanitárias – ou seja, em formar médicos mais humanistas e conscientes da situação económica e social que os rodeia. É o que nos dizem os currículos das oito escolas de Medicina do país, que atualmente facultam, de forma opcional, uma unidade curricular ligada às questões humanísticas. A Escola de Medicina da Universidade do Minho (EM-UM), uma das pioneiras na matéria, conquistou agora um prémio europeu com o seu projeto na área.

Segundo Helena Canhão, presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), a importância dada ao tema da medicina humanitária é uma tendência na Europa, sobre a qual Portugal se encontra na vanguarda. “Há dez anos não tínhamos uma única unidade curricular dedicada em exclusivo à temática, sendo apenas um assunto pontual.” A também diretora da Nova Medical School (NMS) acredita que, apesar de esta unidade não ser, ainda, obrigatória em nenhuma escola superior do país, esse será o futuro.

Um dos exemplos deste ensino é o da EM-UM, que conquistou recentemente o “Arqus Teaching Excellence Award”, um galardão que premeia o melhor projeto europeu de ensino universitário. Na academia minhota, o ensino da ética humanitária em saúde começou em 2020, partindo da iniciativa de estudantes e ex-estudantes. Para Jorge Hernâni-Eusébio, regente e coordenador da disciplina, este é um dos segredos para a distinção da Universidade do Minho na temática: “ter sido pensada de alunos para alunos”.

O responsável da disciplina da EM-UM sublinha ainda o facto de a unidade curricular trazer docentes externos à escola, como economistas ou sociólogos, esperando que outras escolas superiores do país repliquem o modelo. Jorge Hernâni-Eusébio adianta uma novidade na Medicina Humanitária da UM: diferentes comunidades minoritárias serão convidadas como oradoras, com o objetivo de contar a sua experiência como utentes na primeira pessoa.

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