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Luís Pais Amante

Eu tenho este poema na minha cabeça
Há tempo de mais
Tem sido quase
Como a construção de um teorema
Difícil de conjugar
E de saber decifrar
Fácil de fundamentar
Porque o Senhor Professor sabe pra caraças
Das histórias da nossa História
Escondidas na sua memória
Dos momentos cruciais
Da nossa vida colectiva
Do modo de investigar
De procurar
De adaptar
As coisas mais difíceis
Que são pra ele as simples da nossa corrida
Às vezes parece um amigo normal
Outras cresce tanto para patamares desconhecidos
Completamente olvidados
Pelos pretensos intelectuais …
E quanto já trabalhou pro bono?
E de quantos escritos (bons) é dono?
E como enaltece sempre bem o seu patrono?
O David não trabalha para obter likes
Nem comentários
Nem sabe traçar cenários
Faz tudo para nos ensinar, sabiamente
Afável no relacionamento
Amável no contentamento de ser Avô
Presente
Solidário no ensino
Muitas vezes solitário, no caminho
Mas grande (muito grande) na amizade
No carinho que transforma em humildade
No pelouro que lhe deu a Liberdade
O Professor nasceu em Travanca do Mondego
Cedo absorveu o desassossego
Que têm os pobres como nós à nascença
De chegarem longe na crença
De dar utilidade ao Tempo
De saber dosear o sofrimento
De trabalhar a dobrar para singrar
Tal como foi colhendo em sabedoria
Sem nunca o fazer com mordomia
Penacova
É o seu lema
A menina dos seus olhos que lhe arregala a pena
O que trás no coração
Motivo mais do que nobre
Quase único
A que dá maior dedicação
Tenha sido no Poder Local
Ou seja na defesa do Património
Cultural e Natural
Ou, ainda, na mestria imensa
Na sua Imprensa
Em narrativa nada ingénua
… que nos merece enorme vénia!

Luís Pais Amante
Casa Azul

A cogitar sobre a parte que conheço do Meu Amigo, Professor David Gonçalves de Almeida.