“Projetamos que os gases com efeito de estufa terão um impacto nas alterações climáticas e o efeito resultante será mais ondas de calor, mas ao mesmo tempo haverá mais precipitação na Europa nos próximos anos”, disse o cientista Leon Hermanson, ao apresentar à imprensa os novos dados sobre as temperaturas previstas para os próximos cinco anos.
O aumento da precipitação “tem a ver com o aquecimento do Atlântico Norte, pelo que haverá mais evaporação e, por conseguinte, mais precipitação quando o ar passar sobre a Europa”, explicou.
“Espera-se mais calor, mas temos de ter cuidado com as chuvas fortes que podem ocorrer no verão”, alertou.
A OMM, que funciona como um organismo científico das Nações Unidas, afirmou hoje que a temperatura média anual perto da superfície terrestre poderá aumentar, de forma transitória, mais de 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais entre 2023 e 2027.
De acordo com os cálculos da organização, existe uma probabilidade de 66% de que a fasquia dos 1,5 graus seja ultrapassada durante pelo menos um ano durante esse período.
Existe também uma probabilidade de 98% de que pelo menos um dos próximos cinco anos, bem como o período de cinco anos no seu conjunto, seja o mais quente de que há registo.
Leon Hermanson, especialista em clima, afirmou que um dos aspetos mais preocupantes das previsões são os fenómenos meteorológicos extremos que irão ocorrer – como secas, inundações ou grandes deslocações de populações – “e aos quais ninguém vai estar alheio”.
Apesar dos avanços na ciência da meteorologia, ainda não é possível prever as catástrofes causadas pelas alterações climáticas, reconheceu o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
“No ano passado, assistimos a secas severas e a ondas de calor que atingiram a China, a Europa e a América do Norte, bem como a seca em toda a África, além das inundações no Paquistão. Infelizmente, não conseguimos antecipar estes acontecimentos com os modelos climáticos atuais”, afirmou.
Os cientistas da OMM concordam que tudo indica que, até 2027, será ultrapassada a temida fasquia dos 1,5 graus, que foi estabelecida pelos cientistas como limite para o aumento da temperatura para evitar que as alterações climáticas tenham consequências irreversíveis.
“De qualquer forma, não é possível voltar aos bons velhos tempos, devido à elevada concentração de dióxido de carbono que já temos, bem como pelo aumento da concentração de metano na atmosfera”, disse Petteri Taalas.
O responsável argumentou que, mesmo que tudo fosse feito para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, a tendência não poderia começar a reverter-se, gradualmente, antes de 2060.
Voltar aos níveis normais, implicando estabilizar o degelo dos glaciares e o aumento do nível médio dos oceanos, “demorará mil anos”, disse.
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