O “decote” da Maria – Penacova Actual

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Luís Pais Amante

Temos andado a falar -e a pensar- naquele beijo forçado de um certo Rubiales, Presidente de uma Federação a uma mulher (também capitã de uma Seleção Feminina de Futebol) na euforia resultante de um feito inédito que eleva o feminino, género.

Já tudo foi dito sobre esse folhetim e já foram retiradas quase todas as consequências, uma vez que estão, ainda, em discussão os danos que advieram para a jogadora Hermoso.

São demasiado bem conhecidos outros episódios que denigrem os homens com apetência para se aproveitarem de determinadas situações que lhes dão alguma ascendência sobre o sexo feminino.

Igualmente outros em que o “abusado” é do sexo masculino…

E, assim sendo, para mim, a conclusão é que quem domina esta ou aquele, pela via da ascendência ou do momento; pela via da ação ou da palavra, é abusador, real ou em potência.

!… Há, notoriamente, um caminho longo a percorrer para que os sexos (diferentes em muita coisa, iguais noutras tantas) possam viver os seus caminhos, de acordo com o que forem as suas vontades, em exercício livre, verdadeiramente; sem constrangimentos …!

Ontem o nosso Presidente [Presidente de um País que fabrica emigrantes, em vez de criar condições para aqui reter as Pessoas] esteve num determinado local do Canadá, com muita, muita gente de origem portuguesa, algumas já nascidas lá.

O Canadá é um País onde a influência dos nossos emigrantes é notória (estando integrados, até, nas suas Instituições políticas).

O Canadá reconhece, sempre, a importância do emigrante português; o emigrante português sente-se bem no Canadá e, na generalidade dos casos, nem regressam eles emigrantes, a Portugal, nem as suas descendências.

Aconteceu que, no meio de uma “manifestação de apreço” ao Presidente do País donde tiveram de fugir, este se fixou “no decote” de uma jovem (Maria) que ali estava com a sua Mãe -Maria, também- à espera de uma selfie, com certeza.

E mais grave do que essa fixação [que eu não quero qualificar] apontou a dedo para o local onde o decote estava, com as objectivas das câmaras das televisões a segui-lo atentamente, dando visibilidade e divulgação à cara e ao corpo da nossa concidadã.

Que estão a percorrer, massivamente, os meios de comunicação (nacionais e estrangeiros).

Ou seja,

O Professor Marcelo descompôs-se e o seu ato (que dizia, ainda, que a jovem se iria resfriar ou constipar, ou engripar) é ou não passível de ser catalogado como machista?

E, se sim, o que é que vamos exigir ao mais alto responsável da Nação.

Que se demita?

Luís Pais Amante