“Acho que o Presidente decidiu bem”, considerou esta quinta-feira o fundador e ex-porta-voz do Bloco de Esquerda Francisco Louçã sobre a dissolução da Assembleia da República, apontando ainda o nome de Pedro Nuno Santos como sucessor de António Costa.
Louçã considerou, em comentário à CNN Portugal, que, neste contexto, “foi o Governo que se demitiu”.
“O espantoso é que quem achou que tinha de haver eleições por não ter sido aprovado o Orçamento – quando o outro poderia ter sido aprovado – acha hoje, que a demissão de um Governo por si próprio, não é suficiente para provocar eleições. Há uma inversão da lógica de argumentação que leva ao absurdo”, afirmou.
O economista defendeu que Marcelo tem razão em propor eleições para março, e que o PCP, “não tem razão nenhuma” ao propor uma eleição “a correr, porque é uma rasteira ao PS”.
“O PS deve tempo para substituir o seu líder, como foi concedido quando Guterres saiu e quando Ferro Rodrigues o substituiu”, lembrou.
Sobre o Orçamento, defendeu que “se houver uma continuidade em que o PS seja um partido no Governo, é vantajoso”, e, se porventura houver uma mudança, “ela pode ser corrigida com Orçamento retificativo”.
Quanto à campanha, diz que já temos tido algumas “sujas”, pela “alteração do padrão da comunicação política muito marcada pelas redes sociais e discursos de ódio”. Tendência esta, diz, inaugurada por Trump em 2016. “O que me preocupa não é tanto o que se possa dizer em março, é o que está a acontecer agora”, disse.
Pedro Nuno Santos “parte com grande vantagem”
Quanto a Pedro Nuno Santos, disse, “parte com grande vantagem e a hipótese de ele ganhar é hoje muito forte”. “O obstáculo chama-se António Costa”, asseverou, lembrando “que o conflito entre os dois foi muito marcante ao longo dos últimos meses”.
Não esquecendo a forma “pressionada” como saiu do Governo e o dossier que geriu, “o tempo passou e a TAP está a dar lucro”. Ao mesmo tempo, o caso Galamba e os contornos “rocambolescos”, acabam por “dourar” a situação de Pedro Nuno Santos. Do lado do PSD, denotou a “fragilidade eleitoral”, e duvidou da vitória de Montenegro.
Por fim, criticou a atuação com “nítidos abusos de poder” do Ministério Público e as detenções para interrogatório num caso onde temos “quase nada”. “Preferia que houvesse uma pessoa do Ministério Público que desse uma conferência de imprensa e acabou”, terminou.
De recordar que o primeiro-ministro, António Costa, pediu na terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou. Como consequência, Marcelo Rebelo de Sousa dissolveu hoje a Assembleia da República, marcando eleições para 10 de março de 2024.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e o ‘data center’ de Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.
No dia da demissão, António Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável” e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça.
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